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Amigos estive afastado, mas estou retornando e comecei a formatar o blog. Logo, logo reinicio os trabalhos!.:)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Por uma abordagem diferenciada

Uma notícia, dois veículos, os mesmo erros

No bairro Bom jardim, na manhã da última terça-feira (15), um adolescente de 15 anos tenta abusar sexualmente de seu irmão de três anos de idade.
Dois dos principais veículos de comunicação da cidade registraram esta notícia.

Várias são as formas possíveis para se divulgar este fato, mas alguns equívocos ainda continuam sendo cometidos. De fato, já houve uma evolução, mas estamos longe de alcançarmos o que realmente desejamos: cumprimento dos direitos da criança e do adolescente na mídia e no meio social.
A reintegração social de uma criança ou adolescente que tenha sofrido qualquer tipo de violência, seja sexual, física ou psicológica, não é uma tarefa simples. Então, é aconselhável evitar abordagens sensacionalistas que contribuem para revitimizar as crianças e adolescentes.

O Esatdo





“O fato ocorreu na casa das crianças, na rua Edson Martins. Os dois meninos estavam em casa com outra irmã, também menor de idade. A mãe havia saído para o Centro da Cidade. Os vizinhos ouviram a criança gritando e tentaram entrar na casa."

Detalhes como o nome da rua não empobrece e nem enaltece esta informação. Talvez o profissional que produz uma matéria onde a criança vitimada sofre exposição desnecessária e indevida não tenha consciência dos efeitos negativos que podem ser provocados. O fato de sofrer violência já é doloroso à criança e não preservar a sua identidade é cometer um novo erro.

A grande diferença é não ultrapassar o limite do bom senso, buscar usar a criatividade. Se o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe o uso de imagens da vítima ou de parentes, deve-se sempre buscar meios técnicos para preencher esses espaços. Detalhes, características físicas podem ser facilmente reconhecidas.

Diário do Nordeste




"Uma vizinha teria ouvido os gritos da criança e decidiu ir ver o que estava acontecendo, quando, então, encontrou o menino já sangrando."

O cuidado não deve estar apenas na utilização de termos inadequados, quando abordagem for à criança e o adolescente, é preciso ter atenção na forma como se transmite o acontecimento. Tratar de assuntos íntimos é necessário muito cuidado. Mesmo que a vítima não seja identificada, expor detalhes apenas para chocar o leitor é violar a intimidade da vítima e da família. Existem maneiras delicadas para tratar assuntos chocantes. É preciso ir além do sensacionalismo.

A proposta é informar, gerar discussão acerca do problema que pode estar, muitas vezes, bem próximo. E não criar perfis de vilão e de mocinhos, descrevendo minuciosamente e de forma desnecessária o fato, focando na exibição do horror.

Confira as matérias: Diário do Nordeste; O Estado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, Gleilton! Você tem consguido manter o blog sempre atualizado e com material muito bom! O mais importante é que você consegue perceber o gancho para a sua abordagem a partir de fatos do cotidiano e que são sempre muito atuais e a sua escrita é sempre qualitativa, contextualizada e muito oportuna. Estou muito feliz! Bjos, Luana.

Gleilton Silas disse...

Obrigado, Luana!
É muito importante receber este retorno, principalmente de você que é minha grande incentivadora.
Buscarei, sempre da melhor formar, realizar este trabalho.

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